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Todos os baptizados são carismáticos

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Maria






TODOS OS BAPTIZADOS SÃO CARISMÁTICOS
1. A graça diviniza-nos


Todo o baptizado foi elevado, pela graça santificante e pelos dons do Espírito Santo, à participação no Corpo de Cristo. Nele, a graça ainda não é plena, mas a sua vocação é crescer na graça como participante da natureza divina. A sua vocação é ficar cheio de graça, como dizemos de Nossa Senhora: Avè Maria, cheia de graça!

Podemos ler em 2 Pe 1,3-4: «O divino poder, ao dar-nos a conhecer aquele que nos chamou pela sua glória e pelo seu poder, concedeu-nos todas as coisas que contribuem para a vida e a piedade. Com elas, teve a bondade de nos dar também os mais preciosos e sublimes bens prometidos, a fim de que - por meio deles - vos torneis participantes da natureza divina, depois de vos livrardes da corrupção que a concupiscência gerou no mundo».

Nesta passagem de S. Pedro, está claro que recebemos dons gratuitos. E que esses dons nos transformam e fazem de nós comparticipantes da natureza divina.


2. Baptismo no Espírito Santo


Nunca será demais recordar que pelo baptismo recebemos o Espírito Santo, que nos reune no Corpo de Cristo. Assim se estabelece em nós uma in-habitação divina, uma união divina. Podemos entender assim claramente a partir do pentecostes joanino («recebei o Espírito Santo» - Jo 21,22), mas igualmente a partir do pentecostes lucano («todos ficaram cheios do Espírito Santo» - Act 2,4).

A graça, os dons, os carismas, são manifestações do Espírito. E se nos é necessário falar deles, como desde logo falaram os Apóstolos e depois toda a teologia, não devemos cair no erro de os coisificar. A nossa união com Deus não deve ficar obscurecida ou intermediada pelos dons coisificados; mas, ao contrário, enriquecida pelos dons como manifestações do Espírito Santo em nós.


3. Os carismas como «comparticipação na natureza divina»


A união que Deus estabelece connosco é para nós transformante, santificante, divinizante. Vimos, em 2 Pe 1,3-4, que, pela graça, nos tornamos «comparticipantes da natureza divina». Ora, nessa comparticipação inclui-se uma comparticipação na acção de Deus. As graças especiais para esse fim são os carismas.

Jesus deixou-nos muitos pedidos para que actuemos em seu nome e no poder do Espírito Santo. Evangelizando e realizando obras no poder divino do Espírito. Muito expressamente, além do mandato da palavra está também o da vinculação em nome de Deus, realizando obras de poder - desde logo os sacramentos, mas ainda, além deles, obras carismáticas diversas de que muitos exemplos vêm no próprio Evangelho. Palavras de Jesus: «Assim como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio» (Jo 20,19-23). S. João também diz, na sua primeira carta, que o amor de Deus por nós se conhece «pelo facto de sermos neste mundo como Ele foi» (1Jo 4,17). Numa passagem do Evangelho segundo S. João, disse Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo, quem crê em Mim fará também as obras que Eu faço, e fará até outras maiores, porque Eu vou para junto do Pai, e o que pedirdes em meu nome Eu o farei» (Jo 14,13).

Quando Jesus nomeou os seus doze apóstolos e lhes definiu a missão, dizem os Evangelhos sinópticos (Mt 10,1; Mc 3,14-15 - 6,7-13; Lc 9,1) que lhes estabeleceu o serviço da palavra e o da santificação pelas obras de poder: enviou-os, em seu nome, não só a pregar a Boa-Nova, como também a expulsar os espíritos malignos e a curar. Isto é, a anunciar a Verdade do Reino, mas também, e pelo poder de Deus, a santificar: pela libertação dos espíritos e da cura dos corpos dos homens (cura integral, espiritual e corporal, pelo perdão dos pecados, já que todo o mal vem da mesma origem que é o pecado).

Já no Antigo Testamento se relatam, por um lado, os convites à santidade, e, por outro, os anúncios de Deus e a descrição das obras de poder de homens cheios do Espírito Santo. Por exemplo, em Juízes, 6,34, Gideão lemos: então o Espírito do Senhor revestiu a Gideão ...

Foi nesta fé que viveram os primeiros cristãos. Lemos nos Actos: «Agora, Senhor, olha para as ameaças (dos Teus inimigos) e concede aos teus servos poderem anunciar com toda a intrepidez a tua palavra, estendendo a tua mão para se operarem curas, milagres e prodígios, em Nome do teu Santo Servo Jesus» Act 4,29-30).


4. Os carismas são dons para proveito comum


Os carismas são dons do Espírito Santo que, de entre todos os dons do Paráclito, são especificados por se destinarem à pregação do Evangelho e ao serviço da comunidade. Como diz S. Paulo, tratando precisamente dos carismas, «a cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum» (1Cor12,7). Nisto se distinguem dos demais dons de santificação: a graça santificante, as virtudes infusas, os dons em sentido restrito e as graças actuais. Cujos frutos vêm descritos como bem-aventuranças e como frutos do Espírito Santo.


5. Os carismas são distribuídos desigualmente


Os carismas também se distinguem das virtudes infusas e dos dons pelo facto de não serem todos conferidos a todos os baptizados. S. Paulo é, a este respeito, muito claro: «a um é dada, pela acção do Espírito, uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, segundo o mesmo Espírito; a outro, a fé, no mesmo Espírito; a outro, o dom das curas, no único Espírito; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a interpretação das línguas. Tudo isto, porém, o realiza o único e mesmo Espírito, distribuindo a cada um, conforme lhe apraz» (1Cor 12,8-11). E depois de dizer isto tão minuciosamente, ainda se preocupa em explicar longamente esta repartição com a imagem do corpo, que tem muitos e desiguais membros, contudo todos úteis (1Cor 12, 12-31).


6. Qual o número de carismas?


O número de carismas é incontável, porque são incontáveis os dons de Deus para por nós ser feito serviço aos nossos irmãos. Há, contudo, descrições de carismas que mais se destacam. Por exemplo, segundo S. Paulo, há nove carismas importantes, que ele menciona muito claramente na primeira parte do capítulo 12 da sua primeira Epístola aos Coríntios: palavra de sabedoria, palavra de ciência, discernimento dos espíritos; curas, milagres e fé carismática; profecia, línguas e interpretação.

Não obstante, logo no fim deste capítulo 12, S. Paulo menciona, para bem da Igreja, e dentro da mesma ideia de diversidade sempre procedente do Espírito Santo, alguns «serviços» ou ministérios, como o das obras de assistência e de governo. De tal modo que podemos considerar que a esses serviços também são carismáticos. Na primeira carta de S. Pedro podemos ler: «conforme o dom que cada um recebeu, consagrai-vos ao serviço uns dos outros, como bons dispenseiros da multiforme graça de Deus» (1Ped 4,10).

Em várias outras passagens das Escrituras se podem entender, sem dúvidas, referências a outros dons carismáticos, além dos referidos acima. Por exemplo: visões (Act 2,17 e 9, 3-17); presidir (Rom 12,Cool; assistência nas necessidades (1Cor 12,28); exortação e conforto (Rom 12,Cool; vida consagrada (1Cor 7,7); etc.


7. Os carismas são habituais; é questão de os reconhecer


Como exemplo do que sucedia nas comunidades cristãs primitivas, podemos recordar o que escreveu S. Paulo. Acerca dos coríntios, escreveu: «os sinais distintivos do Apóstolo realizaram-se entre vós, por uma paciência a toda a prova, por sinais, milagres e prodígios» (2Cor 12,12). E para os gálatas, escreveu: «Oh Gálatas (...) foi em vão que experimentastes coisas tão grandiosas? Aquele que vos concede o Espírito e opera milagres entre vós, será que o faz pelas obras da Lei ou pela pregação da fé?» (Gl 3,4-5).

O Concílio Vaticano II reconheceu a habitualidade actual dos carismas nos baptizados, em numerosas passagens dos seus documentos, designadamente na Lumen Gentium (LG) e no decreto sobre o Apostolado dos Leigos (AA). Convém estudarmos esta importante doutrina conciliar, sob pena de vivermos na ignorância da nossa própria vida espiritual de baptizados.




recolhido da net

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