Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Hinos, n°29 (a partir da trad. SC 174, pp. 315ss.)
«Quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!»
De onde vens? Como penetras,
no interior da minha cela,
fechada de todos os lados?
Com efeito, isto é estranho,
ultrapassa a palavra e o pensamento.
Mas o facto de vires até mim,
subitamente todo inteiro, e de brilhares,
o facto de Te deixares ver sob uma forma luminosa,
como a Lua na sua plena luz,
deixa-me incapaz de pensar
e sem voz, meu Deus!
Sei bem que és
Aquele que veio para iluminar
os que estão nas trevas (Lc 1,79),
e fico estupefacto,
fico privado de senso e de palavras
ao ver tão estranha maravilha
que ultrapassa toda a criação,
toda a natureza e todas as palavras. [...]
Como é que Deus está fora do universo
pela Sua essência e a Sua natureza,
pelo Seu poder e pela Sua glória,
e ao mesmo tempo habita em tudo e em todos,
mas de uma maneira especial nos Seus santos?
Como arma neles a Sua tenda
de forma consciente e substancial,
Ele que está totalmente para lá da substância?
Como está contido nas suas entranhas,
Ele que contém toda a criação?
Como é que brilha no coração deles,
este coração carnal e espesso?
Como é que Ele está no interior deste,
como é que Ele está fora de tudo,
mas preenche tudo?
Como é que de noite e de dia
brilha sem ser visto?
Diz-me, pode o espírito do homem
conceber todos estes mistérios,
ou poderá exprimi-los?
Seguramente que não! Nem um anjo
nem um arcanjo to poderiam explicar;
seriam incapazes
de to expor por meio de palavras.
Só o Espírito Santo, porque é divino,
conhece estes mistérios
e os sabe, porque apenas Ele
partilha a natureza, o trono e a eternidade
com o Filho e o Pai.
É pois àqueles a quem este Espírito resplandecerá
e com quem Se unirá liberalmente
que Ele mostra tudo de forma inexprimível. [...]
É como um cego: quando vê,
vê primeiramente a luz
e em seguida toda a criação
que está na luz, oh maravilha!
Do mesmo modo, aquele que foi iluminado
pelo Espírito divino na sua alma
entra imediatamente em comunhão com a luz
e contempla a luz,
a luz de Deus, do próprio Deus,
que também lhe mostra tudo,
ou antes, tudo o que Deus decidir,
tudo o que Ele desejar e quiser mostrar.
Àqueles que ilumina com a Sua luz
Ele permite ver o que se encontra na luz divina.
Hinos, n°29 (a partir da trad. SC 174, pp. 315ss.)
«Quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!»
De onde vens? Como penetras,
no interior da minha cela,
fechada de todos os lados?
Com efeito, isto é estranho,
ultrapassa a palavra e o pensamento.
Mas o facto de vires até mim,
subitamente todo inteiro, e de brilhares,
o facto de Te deixares ver sob uma forma luminosa,
como a Lua na sua plena luz,
deixa-me incapaz de pensar
e sem voz, meu Deus!
Sei bem que és
Aquele que veio para iluminar
os que estão nas trevas (Lc 1,79),
e fico estupefacto,
fico privado de senso e de palavras
ao ver tão estranha maravilha
que ultrapassa toda a criação,
toda a natureza e todas as palavras. [...]
Como é que Deus está fora do universo
pela Sua essência e a Sua natureza,
pelo Seu poder e pela Sua glória,
e ao mesmo tempo habita em tudo e em todos,
mas de uma maneira especial nos Seus santos?
Como arma neles a Sua tenda
de forma consciente e substancial,
Ele que está totalmente para lá da substância?
Como está contido nas suas entranhas,
Ele que contém toda a criação?
Como é que brilha no coração deles,
este coração carnal e espesso?
Como é que Ele está no interior deste,
como é que Ele está fora de tudo,
mas preenche tudo?
Como é que de noite e de dia
brilha sem ser visto?
Diz-me, pode o espírito do homem
conceber todos estes mistérios,
ou poderá exprimi-los?
Seguramente que não! Nem um anjo
nem um arcanjo to poderiam explicar;
seriam incapazes
de to expor por meio de palavras.
Só o Espírito Santo, porque é divino,
conhece estes mistérios
e os sabe, porque apenas Ele
partilha a natureza, o trono e a eternidade
com o Filho e o Pai.
É pois àqueles a quem este Espírito resplandecerá
e com quem Se unirá liberalmente
que Ele mostra tudo de forma inexprimível. [...]
É como um cego: quando vê,
vê primeiramente a luz
e em seguida toda a criação
que está na luz, oh maravilha!
Do mesmo modo, aquele que foi iluminado
pelo Espírito divino na sua alma
entra imediatamente em comunhão com a luz
e contempla a luz,
a luz de Deus, do próprio Deus,
que também lhe mostra tudo,
ou antes, tudo o que Deus decidir,
tudo o que Ele desejar e quiser mostrar.
Àqueles que ilumina com a Sua luz
Ele permite ver o que se encontra na luz divina.